Olá.
Iniciamos aqui uma prática que pretendemos que seja útil e agradável a todos os que
participem deste BLOG, seja como leitor ou colaborador.


Vamos falar basicamente de papéis e processos de impressão. Claro que como estes
temas envolvem um grande universo de assuntos, abordaremos inevitavelmente alguns
outros tópicos relacionados, como por exemplo a adequação e manutenção de
equipamentos, conservação de materiais, acessórios e técnicas. Mas sempre o tema
principal será o papel, este fantástico material que propiciou historicamente a
disseminação de conhecimentos, levou notícias, armazenou fatos e informações e
registrou a própria história.

O papel, em sua ampla gama de aplicações, é talvez um dos mais antigos produtos
inventados pelo homem e que permanece em uso até a atualidade e para o qual, a cada
novo dia, se descobre mais e mais aplicações.

Iniciaremos falando da descoberta do papel e seu ciclo de desenvolvimento inicial:

A origem do papel data do ano 105 A. C.

Foram encontradas peças em escavações nos arredores da cidade de Hulam, na China.
Presume-se que o inventor foi Ts’ai Lun, um alto funcionário da corte do imperador
Chien-Chu, da dinastia Han (206 A.C. a 202 D.C.) contemporânea do reinado de Trajano
em Roma.

A transferência da invenção chinesa para os árabes ocorreu com a captura por esses
últimos de artesãos chineses. Em Bagdá no final do século VIII (795 D.C.) já se conhecia
a fabricação de papel. A manufatura do papel artesanal acompanhou a expansão
muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica. Em Xavita, 1085
D.C., foi instalado o primeiro moinho papeleiro da Europa, ainda na região dominada
pelos mouros. Só depois que a fabricação de papel se instalou em Fabriano (Itália), em
1260, é que a produção de papel se disseminou por toda a Europa. Também se deve ao
moinho de Fabriano a primeira fabricação de papéis com marca d’água.
A primeira máquina de fabricação contínua de papel foi introduzida por Nicholas-Louis
Robert, em 1797. Em 1809 John Dickinson fez a primeira máquina cilíndrica, iniciando o
método moderno de fabricação de papel.

A Evolução do Papel
Resumo da cronologia da evolução do papel (Foto: Reprodução)

Resumo da cronologia da evolução do papel:

● 105 A.C.- Origem do papel na China com Ts’ai Lun.
● 611- Instalam-se manufaturas de papel na Coréia.
● 794- Instala-se a fabricação de papel para o comércio, primeiro em
Damasco, depois em Bagdá.
● 807- Produção de papel em Kioto, no Japão.
● 877- Nota-se a existência do papel sanitário.
● 900- O papel é fabricado no Egito pelos árabes.
● 950- O papel chega pela primeira vez na Espanha através de livros.
● 998- O papel moeda é o meio circulante da China.
● 1000- Dois árabes fazem uma escrita a respeito dos métodos de
fabricação do papel.
● 1150- Os árabes chegam à Espanha fixando-se numa região de Valência
(Xavita) sendo instalado o primeiro ponto de fabricação da
Europa.
● 1282- Introdução da marca d’água no papel por Fabriano: Cruzes e Círculos.
● 1285- Primeira Marca d’água em papel fabricado na França: Flor de Liz.
● 1309- Início da utilização do papel na Inglaterra.
● 1320- Chegada do papel na Alemanha.
● 1390- Instalação da primeira indústria de papel na Alemanha.
● 1405- Chegada do papel na região de Flandres, levado por um espanhol.
● 1450- Invenção da imprensa -Johannes Gutenberg e consequente aumento da
procura por papel.
● 1550- Comercialização do papel de parede proveniente da China pelos
espanhóis e holandeses em toda a Europa.
● 1809- Começa a fabricação de papel no Brasil, no “Andaraí Pequeno”, Rio de
Janeiro.
● 1920/1930- Importante década para o desenvolvimento do papel no Brasil.
Assim, ao longo do século XX, muitas inovações foram desenvolvidas e novos tipos de
papel foram apresentados ao mercado consumidor. Evoluiu-se muito com o
desenvolvimento dos papéis de imprensa (papel jornal), papéis para revistas (papel
couchê), papéis gráficos (papel offset) e papéis especiais.

Talvez uma das mais impactantes evoluções tenha sido a descoberta de um novo sistema
de “colagem” na produção do papel. Esse sistema é chamado “colagem alcalina”, tema
que abordaremos no próximo Post.